Bem-vindo ao blog da Família Figur

Está versão é preliminar. Falta acrescentar a este trabalho mapas, fotografias os documentos ainda disponíveis.

Meu Berço, Livro da Família Figur

Em 20 de outubro recebi a visita do Senhor Alberto Figur, filho de Ervino Albino Figur, que reside no Bairro Czerniewicz, em Jaraguá do Sul (SC).

Histórias, fantasias e sonhos da Família Figur

“Prejuízos materiais podem ser recuperados; dores morais, o tempo remedeia, só um dano é irreparável: quando o homem se perde a si mesmo”. John Müller- Em memória aos nossos antepassados! Para estímulo nosso! Para o bom da nossa pátria (família) = Lema de 25 de Julho.

A vida religiosa dos Teusto-russos (parte 2)

A impressão que se tem a respeito da vida religiosa dos povos da Rússia é de que os povoados e vilas se compunham apenas de luteranos, poucas congregações católicas romanas e alguns aglomerados batistas.

A vida religiosa dos Teusto-russos

A vida religiosa era parte da constituição da aldeia onde só permitia-se uma única confissão ou religião.

Os Soldados de Napoleão Bonaparte


         A outra versão seria a seguinte: Napoleão Bonaparte, em 1812, resolveu conquistar a Rússia que não se sujeitava ao bloqueio Continental. Para o seu exército de 650 mil soldados foram arregimentados 100 mil nas províncias da Renânia e 20 mil prussianos. Possivelmente foram incluídos muitos huguenotes refugiados na Alemanha, entre os quais também talvez um de nossos ancestrais. Na Batalha do Bodorino, conhecida como Batalha do Moscou, depois de 14 de setembro, muitos soldados arregimentados debandaram do exército Francês procurando refugiar-se da perseguição e do frio intensos em casas de colonos da origem alemã. Após saquear Moscou, com a destruição por incêndio de nove décimos da cidade, Napoleão se viu forçado a abandonar o seu plano. Fugiu para a França, assediado pelos cossacos russos, com apenas 40 mil soldados combatentes e com mais 30 mil doentes, feridos e exaustos os quais abandonava na fuga. Antes da "Grande Retirada" os russos haviam destruído tudo; casas, plantações, alimentos e agasalhos e, sem reforços, os franceses foram dizimados. Montes de defuntos de soldados e de cavalos cobriam os campos gélicos a uma temperatura de 18 graus abaixo de zero. A ponte de quase 200 metros construída ás pressas sobre o Rio Berezina não dava passagem aos 40 mil soldados, de modo que milhares foram empurrados nas águas gélicas do rio. os que conseguiram passar diziam: "O Berezina parecia um caudal de sangue francês, tantos foram os que ali morreram estupidamente".
        Entre os que conseguiram passar a ponte havia um que, ou foi abandonado ou refugiou-se em alguma casa na Lituânia, onde mais tarde aparece como um de nossos ancestrais. Na fuga provavelmente levara um bornal ou sacola com jóias e moedas de ouro, roubados em Moscou. Abandonado como muitos por Napoleão, preferiu fugir a morrer com as presas e com ouro nas mãos. Isso lhe seria de muita valia para sobreviver e conseguir asilo mais facilmente. Essa hipótese de bornal de ouro é bastante plausível, porque mais tarde em Vilna os Figur foram proprietários "Besitzer" e não somente moradores, "Ansiedler" (em bom português, sem-terra). Isso permite supor que tivessem recursos para se estabelecer, porque não se conseguia facilmente ser "Besitzer" de acordo com as circunstâncias e condições da época. A diferença básica entre proprietário e morador estava no seguinte: o primeiro era independente, o segundo dependia ou do senhor feudal ou tinha algum ganho fora de sua propriedade para conseguir um sustento suficiente. Trabalhava como meeiro ou assalariado do senhor feudal. Parece que August Figur seria um filho deste sobrevivente do Rio Borezina e um proprietário remediado, se não abastado.


A Origem do Clã dos Figur

Não é fácil delinear a origem do clã dos FIGUR. Muito se perdeu por causa das convulsões politicas, religiosas e sociais que tiveram de superar. Ainda é importante conseguir manter características e traços familiares e o essencial do histórico da família o qual se conservou durante quase trezentos anos. As perseguições religiosas, as convulsões politicas  e a devastação produzida por um fanatismo étnico e religioso e, ultimamente, a destruição de muitos arquivos e registros paroquiais e distritais pelo comunismo devastaram a história religiosa e étnica deixando pouco material para pesquisa. Apesar de tudo isso, o pouco de documentos e tradição oral dos antepassados, tanto da parte paterna como da materna, em resumo e sucessivamente nos deixa o que segue.
OS HUGUENOTES NA FRANÇA: A perseguição dos Huguenotes na França refletiu-se na nossa história familiar. Não sabemos exatamente quando e para onde fugiram os Huguenotes perseguidos tão tenazmente na França a ponto de milhares, para não dizer milhões, que tiveram de se refugiar em países vizinhos onde a perseguição religiosa não teve foro. Assim foram muitos protestantes para a Inglaterra, Holanda, Suíça, e a maioria para a Alemanha ou América.
       Os Huguenotes que se refugiaram na Alemanha foram mais ou menos distintos: os da região de Paris e norte da França, se refugiaram mais nas províncias da Renânia (Rheinland); os do sul de Cevennes, La Rochelle, Mountauban, Nimes e outros, a maioria artesãos, tecelões, fabricantes de meia, técnicos em agricultura e horticultura, mais se aglomeraram em Brandenburgo e Prússia, ao redor de Berlin e Postdam.
       Aqui o Rei Frederico os contratou para drenar os banhados ao norte da cidade e na construção do canal Oder-Havel, conhecido como Oderbruch, numa extensão de quase cem quilômetros. Ainda hoje as igrejas da Hollander-Viertel e Franzosen-Kirche lembram as perseguições sociais e religiosas dos Huguenotes refugiados. Provavelmente entre estes se encontravam os nossos antepassados. Naquela época os refugiados (Fluechtlinge), também conhecidos como Fugues ou Fugitivos, por motivos óbvios, possivelmente omitiam o seu nome. Resultou, por corruptela, o nome Figur.
Canal Oder-Havel
         O nome Figur apareceu pela primeira vez em registro de nascimento e casamento na década de 1850, em Wilnus, Vilna, Capital da Lituânia, como temos visto em documentos. A vovó Louise ainda contava que antigamente talvez o nome fosse Wieger, Vigor, mas começando a ser registrado com um nome "mais bonito": FIGUR. Pode ser que alguns ancestrais tivessem se mudado com a colonização da Prússia Oriental, Polônia, Curlândia, Lituânia e Bielo-Russia, que em anos anteriores  foram domínios dos "Cavaleiros Teutônicos". O Rei Frederico da Prússia, depois da expulsão dos luteranos de Salzburg em 1732, colonizou as províncias do Bálico, onde outros além da dos salzburguenses encontraram meios de subsistência e liberdade para viver a sua fé e convicção. Entre esses "exilantes" talvez já se encontrassem alguns ancestrais. Existe outra versão que é mais provável e lógica pois combina com as tradições oras e de outras fontes.


Polonização (Parte II)


Vejamos apenas alguns exemplos dessas incorreções de grafia e pronúncia. Na certidão de nascimento de um cartório distrital consta: ADOLFO CURCH, mas na certidão de batismo, ATALIBA KRUG. Outro exemplo: JOSÉ DOMINGO BIERRING ou JOSÉ TOMINGA PERRIN; também a SUELI foi registrada como ZWILI; o ANÉSIO como NÉSCIO (IGNORANTE).
        Não precisamos ir longe para encontrar tais absurdos: GUILHERME FIGUR recebe cartas, bilhetes e recados com os seguintes apodos CULERMO VEGUA, GILERME VIGUA ou VIGOR ou FIGO. Felizmente essas novas criaturas mal nominadas entraram não só no registro de livros e atas das comunidades ou nos cartórios de registro civil, como também no histórico das famílias. 
             Descobrir o nome original, as vezes, é difícil e complicado. As pessoas encontram dificuldades ao tentarem comprovar a filiação ou parentesco, principalmente em casos de herança.
            Para entendermos melhor a situação devemos retornar um pouco na história daquelas regiões da Russia. Antigamente o Grão-ducado da Lituânia compreendia os territórios do Mar Bálico até o Mar Negro, entre os Rios Volga, Vistula e Dnieper, compreendendo: Lituânia, Letônia, Bielo-Russia, Polônia, Ucrânia e Bessarábia. Mas na grande conquista de 1764-74, ao reprimir os cossacos de Don e Zaparogos, o general favorito da Catarina II, Potenkin, os derrotou completamente de modo a nunca mais procurar molestar os territórios conquistados e, com a "Grande Muralha", isto é, a colonização por agricultores, garantiu-se o sossego à Russia. O outro general preferido foi Stanislaw Poniatowski que conquistou a Bielo-Rússia, a Polônia, até o Rio Vistula (Weichesel), a Lituânia, a Cuelândia e a Letônia, incluindo a Volinia. Essas conquistas derrubaram muitos obstáculo e facilitaram as migrações internas do norte para o sul e nem mesmo diferenças linguísticas impediram maior intercâmbio entre regiões. Os agricultores que mudavam do norte para as novas paragens geralmente conseguiam algum recurso, apoio e ajuda daqueles que há masi tempo já ocupavam essas regiões. Encontraram gente da mesma origem, crença e costumes. Essas Migrações produziram um surto de progresso com estimulo às iniciativas em todas as atividades.
        Parece que nossos antepassados eram bem situados, pois documentos os registram como proprietários, isto é, independentes economicamente. Não dependiam de senhores feudais (Groszbaue) ou latifundiários como os moradores (Ansiedker).
VOLINIA ra uma região que compreendia a parte do sul da Polônia e, em certas épocas incluía quase toda a Ucrânia e parte da Bielo-Russia. Nessa região localizava-se o complexo de povoações, vilas e cidades onde os ancestrais tinham o seu domínio. Os documentos nos lembram de Rhosischidsche, Kraschnach, Lutz, em Lublin que ficava a duas cercanis de Kiev, capital da Ucrânia, ao norte de onde hoje se encontram Retschitsa, Tschernigor, a atual Tschernobil, Konotov e outros dentro do governamento de Lublin. Falavam, os antigos, também de Kharkow e Saratow como centros de maior comércio e maior progresso da região.

Polonização (Parte I)

Esta assimilação foi feita de dois modos: a) por persuasão (as vezes meio forçada) ao adaptar um novo nome ou traduzindo-o para o polonês ou russo; b) automaticamente e sem o consentimento do interessado. Da noite pro dia a pessoa aparecia com um novo nome, principalmente com os reservistas do serviço militar onde era automática a adoção de um nome "nacional". Assim temos como exemplo: STEIN=CAMEN ou KAMINSKI; SCHOEN = SOSCHINSKI; BROT = CHELBOSKI; WAGNER = WIZICKI; FELD ou  FELDEMANN = TSABATKA ou SABKA; KRUMM = KRYWWSKI ou CRIZYWOWIRSCH; MEHL = MELNICK; MELNICK; HERRMANN = HERMAKOWITSH; HERMANN = HERMAKOWITSCH; KAISER = KLUT ou KLUTSCHINSKI; PAPPEN ou PFAFF = POPOVIC; KRIEGER = KRIENKO ou CHRITSCHENKO; JAKOB =  JAKOBOSKI; HAUSEN ou HAUSR = DOMASTIC; PETER = PIETROWSKI ou PIETROWISCH; FEDER = FEDEROFF; MAHLER = MALINKOSKI ou MAIKOSKI; RAD ou RAEDER = RADECK ou RADETZKI; SCHADE = SCHADEKA OU SCHADEKA; OU SCHADECK; VOLKER = LUDKAIOWITSCH e outros. queremos lembrar que não se pode generalizar todos os nomes, mas muitos são explicaveis desta forma.
         Não foi só a russificação ou polonização que assim procedeu. Vejamos que no inglês aconteceu e ainda acontece da mesma forma: SCHNEIDER = TAYLOR; SCHREINER = CARPENTER; VOGEL = BIRD; SILBERSTEIN = SILVERSTONE; BATTENBERG = MOUNTBATTEN.
       Mas não é necessário ir tão longe, pois a nosso redor e diariamente encontramos exemplos semelhantes. Se examinarmos os casos são também dois motivos: a) ignorância; b) acomodação.
Os exemplos mais plausiveis da acomodação são patentes: APPEL ou APFELBAUM = MACIEIRA; BACH = BAQUES ou BACKES; BERG ou BERGER = MONTE; BRACHT = BRAGA; LAGE = LAGS; MAURER ou MOHR = MOURA; SCHAUMBERG = CHUMBA; PFEFFER = PIMENTA ou PIMENTEL; MAIER = MAIA; WIEZER = VICENTE; FRAGER = FRAGA, etc.
         Não se deve generalizar essa explicação para as alterações de nomes ou as formas como os novos nomes surgiram. Em muitas situações a má grafia ou a pronuncia incorreta das palavras bem como dos dialetos de diferentes regiões provocaram alterações de nomes. A irresponsabilidade, a leviandade, a falta de cultura ou desatenção na correta grafia da nomenclatura ao preencher os registros e atestados também colaboraram para modificar muitos nomes.

Continuação...


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