A
vida religiosa era parte da constituição da aldeia onde só permitia-se uma
única confissão ou religião. Na região, a maioria das vilas e aldeias era
formada por luteranos, principalmente por conseqüências das perseguições
religiosas nas províncias de origem. Algumas aldeias eram católicas sendo mais
fechadas e com menos intercâmbio entre si.
Nos lares havia, em quase todas as casas, devoções
domésticas diárias ou dominicais com material fornecido pela igreja luterana da
Alemanha; a instrução religiosa e o canto era uma obrigação para todas as
famílias. Os pais contavam as histórias de seus ancestrais e os motivos que os
levaram a se transferir para a Rússia. A mudança tornou cara à instrução que
recebiam e dificultou manter a confissão religiosa. Deste modo percebem-se os empecilhos
que encontravam para conservar a sua fé. Cada domingo havia culto de leitura
ministrada pelo diácono. Certas famílias com tendências pietistas se reuniam a
tarde para “devoções especiais”, onde comentavam e criticavam a devoção da
manhã. Faziam as devoções em estilos mais emocionantes, dando explicações ou
interpretações às vezes não muito ortodoxa. Daí surgiram os Taís “Blau-Kreuzer”
(cruz anil) que usavam toalhas de mesa com uma cruz azul. Significava que tomavam
a sério os estudos bíblicos, se bem que entusiástica e emocionalmente.
Além desse grupo ainda se formaram, em algumas aldeias, os “Speck-Brueder”, os grupos que se reuniam nas casas das famílias mais abastadas onde, depois das devoções, o anfitrião os brindava com uma boa fritada de toucinho e pão integral, lembrando o “Liebemahl”, ou ágape dos primitivos cristãos na era apostólica. Com o passar do tempo esse costume degenerou em abusos e sectarismos.
Continuação...
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