Os Ancestrais Maternos


A história da família JUBIN tem estreita relação com os “exultantes”, desterrados ou excomungados luteranos de Salzburg, dos quais eram descendentes.
Quando em 1731-32, o Arcebispo de Salburg ficou sabendo que ainda existiam muitos “protestantes” em seus domínios diocesanos, prometeu que: “Antes que permanecesse um protestante em seu domínio, preferia que as terras produzissem cardos e espinhos”. Em 24 de novembro de 1732, no início do inverno ordenou a todos que não tivessem bens imóveis que, se em oito dias não voltassem ao “seio” da igreja, deveriam deixar Salzburg. E ordenou àqueles que tivessem bens imóveis que teriam um ano pra resolver: voltar para o catolicismo ou deixar Salzburg somente com os bens que pudessem levar num carrinho de mão ou carregar nas costas. Foram mais de 20 mil luteranos obrigados a deixar as terras do Barão (Freiherr) Leopold Anton Von Fitminiann sem roupa suficiente, sem indenização dos bens que ninguém queria ou deveria comprar. Os mesmos bens acabaram sendo distribuídos entre os “fiéis” ou “convertidos” católicos remanescentes. Dentre aqueles que preferiram deixar os bens materiais e escolhera pobreza no estrangeiro, estavam os nossos ancestrais. Escolheram viver livremente sua fé e convicção religiosa. Eram os antepassados de Samuel Jubin e Rosalia Schmolente, ou Schamulandt, talvez Schaumuland. Esses patriarcasde Salzburg foram recebidos e assistidos em fartura pela população protestante. Foram mais tarde transferidos pelo Rei Frederico I para as novas colonizações, nos domínios do cavaleiros Teutônicos da Prússia Oriental, Polônia, Lituânia e Bielo-Rússia, onde com auxílio do governo alemão puderam se estabelecer vivendo sua fé com liberdade.
Não temos notícias mais acuradas quanto a vida que esses  novos imigrantes levavam, como foram tratados q quais os lugares exatos onde se estabeleceram. A Vovó Rosália apenas contava que eram descendentes dos “Salzburgianos” e guardavam bem o “Sendbriefe de Joseph Schaitberger”. Ele os escreveu do exílio de Nuerenberg onde se refugiara da perseguição dos “fiéis católicos” de Augsburg, de 1693 até 1732. Vovó tinha essas cartas circulares (Sendbriefe) e, ainda em idade avançada era sua leitura predileta. Guilherme Figur tem um exemplar que ela usava. Sabemos que Vovó Rosália nasceu em Lodz e se criou na rua “Nemnetzkaia Uliza”, rua do Quarteirão dos Estrangeiros, alemães, ou “gringos”.
Da história familiar do Vovô Samuel Jubin não temos nenhuma referência. Mas a vovó, quando estava disposta, contava o seguinte: quando ainda tinha menos de um ano, na revolução dos fanáticos poloneses, os soldados vieram procurar dinheiro e joias dos “Nemntz” matando os estrangeiros que encontravam. Ela ainda mostrava uns quadros da perseguição fanática e cruel, mostrando os soldados abrindo os ventres das mulheres grávidas, espetando as crianças com a lança e as atirando diante de porcos e cães. Trucidavam homens e matavam quem quer que encontrassem. Ela, com menos de um ano, escapara milagrosamente. Quando os “patrícios” reviraram a casa, tombaram o berço onde estava dormindo. Ficou escondida entre travesseiros e cobertores. Uma tia a encontrou depois de uma hora e a salvou. Três ou quatro anos mais tarde, em uma nova onda de perseguição, ela e sua tia de esconderam debaixo de cobertas e, quando os soldados as encontraram exigiram “penunse”, dinheiro da tia, mas como ela nada tinha, encostaram as bainetas e sabres no seu pescoço, exigindo sempre “penunse” até a ferir. Ela, a vovó, debaixo da coberta espiou, e depois sempre lembrava “nada é mais feio e assustador que cara de polaco brabo”. A vovó nunca falou de seus pais, mas parece que foram sacrificados na primeira onda de “nativismo polonês”. Só falava da tia que a criou.
Dos Jubin, só temos registro que a Rosina (que não sabemos quem é) casou-se com Martin Reimann, eque em 1910 emigrou para o Brasil radicando-se em ijui-RS, na linha 8, onde ainda vivem os seus descendentes. O vovô Samuel veio ao Brasil em 1889, instalando-se em Jaraguá-SC, de onde em 1910 mudou-se para Erechim-RS, hoje Getúlio Vargas-RS.



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