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Está versão é preliminar. Falta acrescentar a este trabalho mapas, fotografias os documentos ainda disponíveis.

Meu Berço, Livro da Família Figur

Em 20 de outubro recebi a visita do Senhor Alberto Figur, filho de Ervino Albino Figur, que reside no Bairro Czerniewicz, em Jaraguá do Sul (SC).

Histórias, fantasias e sonhos da Família Figur

“Prejuízos materiais podem ser recuperados; dores morais, o tempo remedeia, só um dano é irreparável: quando o homem se perde a si mesmo”. John Müller- Em memória aos nossos antepassados! Para estímulo nosso! Para o bom da nossa pátria (família) = Lema de 25 de Julho.

A vida religiosa dos Teusto-russos (parte 2)

A impressão que se tem a respeito da vida religiosa dos povos da Rússia é de que os povoados e vilas se compunham apenas de luteranos, poucas congregações católicas romanas e alguns aglomerados batistas.

A vida religiosa dos Teusto-russos

A vida religiosa era parte da constituição da aldeia onde só permitia-se uma única confissão ou religião.

Os Soldados de Napoleão Bonaparte


         A outra versão seria a seguinte: Napoleão Bonaparte, em 1812, resolveu conquistar a Rússia que não se sujeitava ao bloqueio Continental. Para o seu exército de 650 mil soldados foram arregimentados 100 mil nas províncias da Renânia e 20 mil prussianos. Possivelmente foram incluídos muitos huguenotes refugiados na Alemanha, entre os quais também talvez um de nossos ancestrais. Na Batalha do Bodorino, conhecida como Batalha do Moscou, depois de 14 de setembro, muitos soldados arregimentados debandaram do exército Francês procurando refugiar-se da perseguição e do frio intensos em casas de colonos da origem alemã. Após saquear Moscou, com a destruição por incêndio de nove décimos da cidade, Napoleão se viu forçado a abandonar o seu plano. Fugiu para a França, assediado pelos cossacos russos, com apenas 40 mil soldados combatentes e com mais 30 mil doentes, feridos e exaustos os quais abandonava na fuga. Antes da "Grande Retirada" os russos haviam destruído tudo; casas, plantações, alimentos e agasalhos e, sem reforços, os franceses foram dizimados. Montes de defuntos de soldados e de cavalos cobriam os campos gélicos a uma temperatura de 18 graus abaixo de zero. A ponte de quase 200 metros construída ás pressas sobre o Rio Berezina não dava passagem aos 40 mil soldados, de modo que milhares foram empurrados nas águas gélicas do rio. os que conseguiram passar diziam: "O Berezina parecia um caudal de sangue francês, tantos foram os que ali morreram estupidamente".
        Entre os que conseguiram passar a ponte havia um que, ou foi abandonado ou refugiou-se em alguma casa na Lituânia, onde mais tarde aparece como um de nossos ancestrais. Na fuga provavelmente levara um bornal ou sacola com jóias e moedas de ouro, roubados em Moscou. Abandonado como muitos por Napoleão, preferiu fugir a morrer com as presas e com ouro nas mãos. Isso lhe seria de muita valia para sobreviver e conseguir asilo mais facilmente. Essa hipótese de bornal de ouro é bastante plausível, porque mais tarde em Vilna os Figur foram proprietários "Besitzer" e não somente moradores, "Ansiedler" (em bom português, sem-terra). Isso permite supor que tivessem recursos para se estabelecer, porque não se conseguia facilmente ser "Besitzer" de acordo com as circunstâncias e condições da época. A diferença básica entre proprietário e morador estava no seguinte: o primeiro era independente, o segundo dependia ou do senhor feudal ou tinha algum ganho fora de sua propriedade para conseguir um sustento suficiente. Trabalhava como meeiro ou assalariado do senhor feudal. Parece que August Figur seria um filho deste sobrevivente do Rio Borezina e um proprietário remediado, se não abastado.


A Origem do Clã dos Figur

Não é fácil delinear a origem do clã dos FIGUR. Muito se perdeu por causa das convulsões politicas, religiosas e sociais que tiveram de superar. Ainda é importante conseguir manter características e traços familiares e o essencial do histórico da família o qual se conservou durante quase trezentos anos. As perseguições religiosas, as convulsões politicas  e a devastação produzida por um fanatismo étnico e religioso e, ultimamente, a destruição de muitos arquivos e registros paroquiais e distritais pelo comunismo devastaram a história religiosa e étnica deixando pouco material para pesquisa. Apesar de tudo isso, o pouco de documentos e tradição oral dos antepassados, tanto da parte paterna como da materna, em resumo e sucessivamente nos deixa o que segue.
OS HUGUENOTES NA FRANÇA: A perseguição dos Huguenotes na França refletiu-se na nossa história familiar. Não sabemos exatamente quando e para onde fugiram os Huguenotes perseguidos tão tenazmente na França a ponto de milhares, para não dizer milhões, que tiveram de se refugiar em países vizinhos onde a perseguição religiosa não teve foro. Assim foram muitos protestantes para a Inglaterra, Holanda, Suíça, e a maioria para a Alemanha ou América.
       Os Huguenotes que se refugiaram na Alemanha foram mais ou menos distintos: os da região de Paris e norte da França, se refugiaram mais nas províncias da Renânia (Rheinland); os do sul de Cevennes, La Rochelle, Mountauban, Nimes e outros, a maioria artesãos, tecelões, fabricantes de meia, técnicos em agricultura e horticultura, mais se aglomeraram em Brandenburgo e Prússia, ao redor de Berlin e Postdam.
       Aqui o Rei Frederico os contratou para drenar os banhados ao norte da cidade e na construção do canal Oder-Havel, conhecido como Oderbruch, numa extensão de quase cem quilômetros. Ainda hoje as igrejas da Hollander-Viertel e Franzosen-Kirche lembram as perseguições sociais e religiosas dos Huguenotes refugiados. Provavelmente entre estes se encontravam os nossos antepassados. Naquela época os refugiados (Fluechtlinge), também conhecidos como Fugues ou Fugitivos, por motivos óbvios, possivelmente omitiam o seu nome. Resultou, por corruptela, o nome Figur.
Canal Oder-Havel
         O nome Figur apareceu pela primeira vez em registro de nascimento e casamento na década de 1850, em Wilnus, Vilna, Capital da Lituânia, como temos visto em documentos. A vovó Louise ainda contava que antigamente talvez o nome fosse Wieger, Vigor, mas começando a ser registrado com um nome "mais bonito": FIGUR. Pode ser que alguns ancestrais tivessem se mudado com a colonização da Prússia Oriental, Polônia, Curlândia, Lituânia e Bielo-Russia, que em anos anteriores  foram domínios dos "Cavaleiros Teutônicos". O Rei Frederico da Prússia, depois da expulsão dos luteranos de Salzburg em 1732, colonizou as províncias do Bálico, onde outros além da dos salzburguenses encontraram meios de subsistência e liberdade para viver a sua fé e convicção. Entre esses "exilantes" talvez já se encontrassem alguns ancestrais. Existe outra versão que é mais provável e lógica pois combina com as tradições oras e de outras fontes.


Polonização (Parte II)


Vejamos apenas alguns exemplos dessas incorreções de grafia e pronúncia. Na certidão de nascimento de um cartório distrital consta: ADOLFO CURCH, mas na certidão de batismo, ATALIBA KRUG. Outro exemplo: JOSÉ DOMINGO BIERRING ou JOSÉ TOMINGA PERRIN; também a SUELI foi registrada como ZWILI; o ANÉSIO como NÉSCIO (IGNORANTE).
        Não precisamos ir longe para encontrar tais absurdos: GUILHERME FIGUR recebe cartas, bilhetes e recados com os seguintes apodos CULERMO VEGUA, GILERME VIGUA ou VIGOR ou FIGO. Felizmente essas novas criaturas mal nominadas entraram não só no registro de livros e atas das comunidades ou nos cartórios de registro civil, como também no histórico das famílias. 
             Descobrir o nome original, as vezes, é difícil e complicado. As pessoas encontram dificuldades ao tentarem comprovar a filiação ou parentesco, principalmente em casos de herança.
            Para entendermos melhor a situação devemos retornar um pouco na história daquelas regiões da Russia. Antigamente o Grão-ducado da Lituânia compreendia os territórios do Mar Bálico até o Mar Negro, entre os Rios Volga, Vistula e Dnieper, compreendendo: Lituânia, Letônia, Bielo-Russia, Polônia, Ucrânia e Bessarábia. Mas na grande conquista de 1764-74, ao reprimir os cossacos de Don e Zaparogos, o general favorito da Catarina II, Potenkin, os derrotou completamente de modo a nunca mais procurar molestar os territórios conquistados e, com a "Grande Muralha", isto é, a colonização por agricultores, garantiu-se o sossego à Russia. O outro general preferido foi Stanislaw Poniatowski que conquistou a Bielo-Rússia, a Polônia, até o Rio Vistula (Weichesel), a Lituânia, a Cuelândia e a Letônia, incluindo a Volinia. Essas conquistas derrubaram muitos obstáculo e facilitaram as migrações internas do norte para o sul e nem mesmo diferenças linguísticas impediram maior intercâmbio entre regiões. Os agricultores que mudavam do norte para as novas paragens geralmente conseguiam algum recurso, apoio e ajuda daqueles que há masi tempo já ocupavam essas regiões. Encontraram gente da mesma origem, crença e costumes. Essas Migrações produziram um surto de progresso com estimulo às iniciativas em todas as atividades.
        Parece que nossos antepassados eram bem situados, pois documentos os registram como proprietários, isto é, independentes economicamente. Não dependiam de senhores feudais (Groszbaue) ou latifundiários como os moradores (Ansiedker).
VOLINIA ra uma região que compreendia a parte do sul da Polônia e, em certas épocas incluía quase toda a Ucrânia e parte da Bielo-Russia. Nessa região localizava-se o complexo de povoações, vilas e cidades onde os ancestrais tinham o seu domínio. Os documentos nos lembram de Rhosischidsche, Kraschnach, Lutz, em Lublin que ficava a duas cercanis de Kiev, capital da Ucrânia, ao norte de onde hoje se encontram Retschitsa, Tschernigor, a atual Tschernobil, Konotov e outros dentro do governamento de Lublin. Falavam, os antigos, também de Kharkow e Saratow como centros de maior comércio e maior progresso da região.

Polonização (Parte I)

Esta assimilação foi feita de dois modos: a) por persuasão (as vezes meio forçada) ao adaptar um novo nome ou traduzindo-o para o polonês ou russo; b) automaticamente e sem o consentimento do interessado. Da noite pro dia a pessoa aparecia com um novo nome, principalmente com os reservistas do serviço militar onde era automática a adoção de um nome "nacional". Assim temos como exemplo: STEIN=CAMEN ou KAMINSKI; SCHOEN = SOSCHINSKI; BROT = CHELBOSKI; WAGNER = WIZICKI; FELD ou  FELDEMANN = TSABATKA ou SABKA; KRUMM = KRYWWSKI ou CRIZYWOWIRSCH; MEHL = MELNICK; MELNICK; HERRMANN = HERMAKOWITSH; HERMANN = HERMAKOWITSCH; KAISER = KLUT ou KLUTSCHINSKI; PAPPEN ou PFAFF = POPOVIC; KRIEGER = KRIENKO ou CHRITSCHENKO; JAKOB =  JAKOBOSKI; HAUSEN ou HAUSR = DOMASTIC; PETER = PIETROWSKI ou PIETROWISCH; FEDER = FEDEROFF; MAHLER = MALINKOSKI ou MAIKOSKI; RAD ou RAEDER = RADECK ou RADETZKI; SCHADE = SCHADEKA OU SCHADEKA; OU SCHADECK; VOLKER = LUDKAIOWITSCH e outros. queremos lembrar que não se pode generalizar todos os nomes, mas muitos são explicaveis desta forma.
         Não foi só a russificação ou polonização que assim procedeu. Vejamos que no inglês aconteceu e ainda acontece da mesma forma: SCHNEIDER = TAYLOR; SCHREINER = CARPENTER; VOGEL = BIRD; SILBERSTEIN = SILVERSTONE; BATTENBERG = MOUNTBATTEN.
       Mas não é necessário ir tão longe, pois a nosso redor e diariamente encontramos exemplos semelhantes. Se examinarmos os casos são também dois motivos: a) ignorância; b) acomodação.
Os exemplos mais plausiveis da acomodação são patentes: APPEL ou APFELBAUM = MACIEIRA; BACH = BAQUES ou BACKES; BERG ou BERGER = MONTE; BRACHT = BRAGA; LAGE = LAGS; MAURER ou MOHR = MOURA; SCHAUMBERG = CHUMBA; PFEFFER = PIMENTA ou PIMENTEL; MAIER = MAIA; WIEZER = VICENTE; FRAGER = FRAGA, etc.
         Não se deve generalizar essa explicação para as alterações de nomes ou as formas como os novos nomes surgiram. Em muitas situações a má grafia ou a pronuncia incorreta das palavras bem como dos dialetos de diferentes regiões provocaram alterações de nomes. A irresponsabilidade, a leviandade, a falta de cultura ou desatenção na correta grafia da nomenclatura ao preencher os registros e atestados também colaboraram para modificar muitos nomes.

Continuação...


Polonização, Russificação e Nacionalização

NACIONALIZAÇÃO: 
A característica autoritária eslava dos russos, poloneses e mais tarde dos húngaros, tchecos e iugoslavos pretendeu "nacionalizar" à força as minorias de seu meio. Na sua estagnação e comodidade, para não dizer preguiça, eles tratavam principalmente os de origem germânica com ciúme e ódio. O progresso material e espiritual em conhecimentos técnicos e culturais os sobrepujava.
     Essa característica autoritária procurou, através da força e rudeza, recalcar a até perseguir os pobres germânicos, ao invés de aproveitar em seu meio o melhor da cultura, técnica e civilização superior. A estratégia mais fácil para a sua índole foi, suficiente para aglutinar as características étnicas e culturais dos imigrantes resolvendo a miscigenação e eliminando características diferenciadoras dos "nativos" e dos adventícios, chamados "nemnetz", estrangeiros, gringos, ou "não-vale-nada". 

Continuação...


A vida religiosa dos Teuto-russos (Parte 3)

       OS BESPOPOWTESCHINI: anticlericais (Priesterlose) não aceitavam o sacerdócio eclesiástico formado, mas somente reconheciam os anciãos e os presbíteros que atendiam os serviços da congregação. Dividiam-se em vários grupos menores sem um sistema comum.
           Esses últimos grupos faziam parte da STAROWERZI e e contavam, em certos períodos, com mais de 10 milhões de adeptos na Rússia. Mesmo no palácio czarino havia muitos seguidores dessa seita.
         Muitos dos Starowerzi foram perseguidos na Polônia, na Lituânia e em partes da Rússia  Houve épocas que conseguiam mais tolerância. Mesmo assim, muitos emigraram para outros países, alguns com tendências liberais emigraram para a América do Norte ou do Sul, porém sempre permaneciam alguns elementos no país de origem.
       OS DUCHOBORZI: lutadores espirituais (Geisteskaempfer) uma mescla de gnósticos místicos e fanáticos com tendências de protestantismo mistico, racionalismo e teosofia. Idealizavam os sacramentos como os Quakers. Não seguiam o texto bíblico, mas o espirito; não um Cristo fora de nós, mas uma luz interna (inneliches Licht), dentro de nós que Deus acende na consciência de cada um. Não aceitavam ordens sacerdotais, não admitiam juramentos e submissão restrita, nem admitiam serviço militar e deviam levar uma vida modesta e modelar (testemunha de Jeová).
       OS MORESCHIKI: auto-imoladores (SicheSelbst-Ausofernde) divididos em dois ramos: OS SKOPZI: eunucos (Selbstvertuemmlung) que recomendavam o extermínio de todos os apetites sexuais e o amortecimento de qualquer sentimento erótico, através da castração através da narcotização com tesoura ou ferro em brasa e a amputação dos seios das mulheres. Para eles Deus determinou a procriação do gênero humano, não por união sexual, mas através de "beijos santos" (Heiligeküsse), um segredo para eles. Admitiam batismo com circuncisão , mediante tesoura, ou batiso de fogo com ferro em brasa, na exterminação de órgãos sexuais, segundo Mateus 5.28-30; 19,12 e apocalipse 14.4. Também ordenavam abstinência de bebidas alcoólicas, carne e fumo.
         OS SCHABOPUTI OU SCHALAPUTI: muitos dentre os cassacos russos, rejeitavam o Velho Testamento e os Sacramentos, negavam a ressurreição, criam num continuo derramamento do Espirito Santo sobre seus "Profetas", quias ou lideres; adotavam completa abstinência de bebidas alcoólicas  e permaneciam em continuas orações e jejuns.
            OS SHLISTOWTSCHINI: os autoflageladores (Sich-SelbstGeiselnde oder Stumme). Os que com ou por meio de todos os martírios não dessem sinais de sofrimento ou gemido.
          OS MALAKANEM: lactófagos, comedores de leite (Milchesser) que durante o tempo quaresmal consumiam leite, contra o rito da igreja Ortodoxa. (Os ortodoxos não comiam nada de leite durante a semana de jejum, semanas antes da páscoa). Rejeitavam qualquer unção com óleo, crisma ou unção sacerdotal. Aceitavam somente unção espiritual pela doutrina da Cristo. Batismo e Santa Ceia eram simples purificação espiritual pelo Evangelho.
         Todas essas seitas originaram-se de autores leigos, com pouca instrução ou formação teológica pobre. Resultaram da mescla de misticismo com crendices da Igreja Ortodoxa ou pela falta de guias espirituais capacitados. Uma mistura de teosofia, misticismo, crendices e influências produzidas por circunstâncias ambientais, sociais e em parte politicas daquele tempo ajudou a proliferação de muitas crenças. Felizmente essas seitas nunca procuraram fazer procélitos entre as congregações organizadas e atendidas pelos pastores luteranos. Assim os nossos antepassados foram pouco ou nada afetados por essas seitas. Mas nós também devemos conhecer algo da situação espiritual daqueles povos e tempos que cercavam os teuto-russos, (Russ-Deutsche), ou (Deutsche-Russen), gente de nossos ancestrais.

Histórias e causos

Se você tem alguma história interessante, engraçada ou assustadora que seu pai, avô, bisavô, etc, contavam dos Figur, de como era na época deles, histórias verídicas (ou não), mande para nós no E-mail: evertonfigur@hotmail.com  que nós publicaremos.

Parceiros











A vida religiosa dos teuto-russos (Parte 2)

SEITAS RELIGIOSAS NA RÚSSIA:

            A impressão que se tem a respeito da vida religiosa dos povos da Rússia é de que os povoados e vilas se compunham apenas de luteranos, poucas congregações católicas romanas e alguns aglomerados batistas. Nas cidades e grandes centros a igreja grega ortodoxa era dominante. Mas não era assim, pois na grande Rússia havia lugar para muitas facções religiosas e seitas.


OS RASCOLNIKI: cismáticos radicais (Abtruenige) subdividido em vários grupos, classe e ramos. Isso sempre acontece quando não há uma consolidada base doutrinária firmada na Bíblia, e torna inconsistente a base doutrinária por causa das interpretações e opiniões errôneas de certos lideres. Essa facção recebeu influências do niilismo francês formado mais tarde o “Stock” dos rascolniki na implantação do comunismo marxista na Rússia.


OS STAROWERZI: conservadores (Altglaeubige) que sustentavam impertinentes as antigas formas de liturgia. Consideravam pecado: cortar ou raspar a barba, fumar tabaco, tomar café ou chá; deviam manter sobriedade no vestir, usar roupas mais simples e sem ornamentos. Eles eram comedidos em tudo na vida asbtendo-se de muitas coisas insignificantes. Dentro deste grupo havia outros ramos e divisões.

OS JEDINOWERZI: Indiferentes (Gleichglaubige) na doutrina e na pátria. Os mais ortodoxos divergiam da doutrina pura, reconheciam o sacerdócio na igreja e eram os menos divergentes. Aceitavam o que vinha da igreja mas se afastavam de certas cerimônias religiosas, nas tradições e nas instituições civis. 

OS STAROVBRADZI: tradicionalistas (Anhanger der Alten Gebrauche), conservadores no uso de cerimônias antigas, retrógrados e inimigos de inovações.

Continuação...

A vida religiosa dos teuto-russos (Parte I)


A vida religiosa era parte da constituição da aldeia onde só permitia-se uma única confissão ou religião. Na região, a maioria das vilas e aldeias era formada por luteranos, principalmente por conseqüências das perseguições religiosas nas províncias de origem. Algumas aldeias eram católicas sendo mais fechadas e com menos intercâmbio entre si.
           Nos lares havia, em quase todas as casas, devoções domésticas diárias ou dominicais com material fornecido pela igreja luterana da Alemanha; a instrução religiosa e o canto era uma obrigação para todas as famílias. Os pais contavam as histórias de seus ancestrais e os motivos que os levaram a se transferir para a Rússia. A mudança tornou cara à instrução que recebiam e dificultou manter a confissão religiosa. Deste modo percebem-se os empecilhos que encontravam para conservar a sua fé. Cada domingo havia culto de leitura ministrada pelo diácono. Certas famílias com tendências pietistas se reuniam a tarde para “devoções especiais”, onde comentavam e criticavam a devoção da manhã. Faziam as devoções em estilos mais emocionantes, dando explicações ou interpretações às vezes não muito ortodoxa. Daí surgiram os Taís “Blau-Kreuzer” (cruz anil) que usavam toalhas de mesa com uma cruz azul. Significava que tomavam a sério os estudos bíblicos, se bem que entusiástica e emocionalmente.

          Além desse grupo ainda se formaram, em algumas aldeias, os “Speck-Brueder”, os grupos que se reuniam nas casas das famílias mais abastadas onde, depois das devoções, o anfitrião os brindava com uma boa fritada de toucinho e pão integral, lembrando o “Liebemahl”, ou ágape dos primitivos cristãos na era apostólica. Com o passar do tempo esse costume degenerou em abusos e sectarismos.

Continuação...

Meu Berço, livro da família Figur


Em 20 de outubro recebi a visita do Senhor Alberto Figur, filho de Ervino Albino Figur, que reside no Bairro Czerniewicz, em Jaraguá do Sul (SC). O motivo da visita foi a entrega do livro  "Meu Berço", o qual foi narrado pelo seu pai, Ervino Albino Figur, a partir de pesquisas de História Oral por anotaçôes.
A obra literária de caráter familiar tem como cenário, as cidade de Erebango (RS), Caçador  (SC)e Jaraguá do Sul (SC), onde várias famílias se tornaram persongens. O tronco geneológico da obra é a família Figur, a qual tem laços de parentescos com as famílias, Maas, Bech, Zincke, Zorzan, Jubin. Lhomann, Krumm, Barfknechet, MUller e Borgmann.

Seu Ervino Albino Figur, apesar ter cursado somente o primário em uma escola étnica (alemã) revelou que traz no sangue, o gosto pelo registro de memória e história. O livro é modesto, mas rica fonte de registro de memória oral, dados geneológicos, empreendedorismo rural e comercial.


A capa mostra o potencial da araucária no Sul do Brasil, que foi e continua fonte de alimentação, abrigo em temporada de calor, madeira para consturções diversas e fabrico de móveis.


A obra literária veio com dedicatória, o que a torna muito significativa para quem recebeu.



Seu Ervino Albino Figur, nesta imagem diigitalizada é o Senhor que está sentado. Hoje, é um cidadão octagenário.



História, fantasias e sonhos da Família Figur


PRÓLOGO: “Prejuízos materiais podem ser recuperados; dores morais, o tempo remedeia, só um dano é irreparável: quando o homem se perde a si mesmo”. John Müller- Em memória aos nossos antepassados! Para estímulo nosso! Para o bom da nossa pátria (família) = Lema de 25 de Julho.
            Povo e família que não tem história estão definhando e prestes a desaparecer!
            A família que não cultiva a sua tradição ou sua genealogia está mal constituída e tem algo falho na sua estrutura; é um lar sem consistência; cada qual vive por si e o egoísmo não permite uma interligação do clã.
            Ora, se o povo de Israel teve que observar e guardar sua genealogia das doze tribos teve seu motivo para provar e demonstrar, de fato, a promessa de que o salvador deveria nascer da tribo de Judá. Mesmo depois do nascimento de Jesus, as tribos israelitas continuaram a manter a genealogia das tribos da família.

            Se Deus mesmo constituiu a formação de povos e nações com a confusão das línguas na Torre de Babel, ele quer que existam nações e línguas diferentes. Mas isso não quer dizer que famílias e clãs não possam ser absorvidas ou desaparecer dentro de outros povos e nações.
            São duas coisas sempre a considerar: 1º) Uma de que as ondas migratórias devam ser mera e simplesmente absorvidas pólos povos hospedeiros sem receber qualquer influência benéfica ou recomendável. 2º)  De outro lado os imigrantes não poderiam manter fanaticamente a sua cultura, seus costumes e características originais mantendo-se como elementos estranhos ou até antagônicos à nova sociedade. A moldagem e adaptação deveriam convergir de modo que tanto o elemento adventício como o hospedeiro aproveitassem o melhor de um e de outro resultando tudo em progresso e em uma pacifica convivência.
            A história da FAMÍLIA FIGUR, ainda que incompleta e reduzida, confirma e exemplifica o anteriormente afirmado. Se Deus falou aos israelitas, Deut 37.7 “Lembra-te dos dias da antiguidade, atenta para os anos de gerações; pergunta a teu pai, e ele te informará, aos teus anciãos e eles te dirão.”
            O que seria hoje do mundo se ninguém tivesse anotado ou transmitido, tanto oral como por escrito, fatos, acontecimentos e histórias dos povos? Como se poderia tirar lições e ensinamentos do passado, orientar as gerações atuais e futuras, evitar empreendimentos e atos desastrosos e, ao mesmo tempo, imitar atitudes e vivências dignas e estimulantes moral eticamente?
            Ainda que a FAMÍLIA FIGUR tivesse pouca importância política e social e momentos de obscuridade, sempre existiram fatos significativos no ambiente de convívio que a tornam memorável, digna de ser lembrada e enaltecida por todos que a constituem e se relacionam com ela.

CAROS LEITORES


Está versão é preliminar. Falta acrescentar a este trabalho mapas, fotografias os documentos ainda disponíveis. Significa que está versão apresenta muitas incorreções, com certeza está incompleto e, nem sempre, vai corresponder á realidade dos fatos acontecidos. Mesmo assim, considerâmo-la muito importante, pois é objetivo de todo histórico familiar fornecer àqueles que pertencem ao clã subsídios que os ajudem a responder as três questões fundamentais de todo o ser humano: “QUEM SOU?” “DE ONDE VENHO?” e “PARA ONDE VOU?”.
            Resulta toda ela das anotações e dos escritos do Senhor Guilherme Carlos Figur que coletou memórias e lembranças, documentos e fotografias, mapas e consultas às enciclopédias. Com certeza, despendeu muitas horas de trabalho e lazer para tornar disponível a todos a SAGA DA FAMILIA FIGUR. A ele nossos agradecimentos.
            Apresentamos este histórico com a esperança de que, seguindo seu exemplo, todos juntem documentos, fotografias e lembranças para incluí-los no mesmo para que possamos corrigi-lo e completá-lo.

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